A atleta paralímpica do Brasil, na modalidade handbike (impulsionada pelas mãos), Jady Malavazzi (classe WH3), um dos maiores nomes do esporte, esteve, no dia 8 de novembro, na Universidade Católica de Brasília (UCB), a convite do curso de Educação Física, para falar aos estudantes sobre a vida de atleta. Jady veio acompanhada de seu treinador, Cláudio Civatti. O convite para a visita foi feito pelo Prof. Dr. Elvio Marcos Boato, que faz parte do curso de graduação em Educação Física da Universidade.
Jady recentemente ganhou a medalha de bronze na prova de contrarrelógio no Campeonato Mundial de Ciclismo de Estrada, em Maniago, na Itália. Essa é a primeira medalha brasileira em um Mundial conquistada por uma mulher e também a primeira pela classe handbike.
A paranaense radicada em Brasília, Jady Malavazzi, perdeu o movimento das pernas aos 12 anos, após sofrer um acidente de carro. Logo que se recuperou, começou a jogar basquete em cadeira de rodas. Em 2011, aos 17 anos de idade, migrou para o ciclismo e participou dos Jogos Parapan-Americanos em Guadalajara, onde conquistou a medalha de prata.
“O ciclismo é um esporte em que só dependo de mim mesma. De superar os meus próprios limites. Além de ser um esporte individual, você e sua bicicleta, também há um jogo muito forte de equipe, um ajudando o outro”, explicou Jady à plateia de estudantes atentos.
“O Esporte mudou completamente a minha vida. O acidente, por incrível que pareça, contribuiu para o que eu sou hoje, uma pessoa independente, que viaja o mundo competindo esportivamente. Acho que se não tivesse lesionado a minha medula eu não seria uma atleta. O esporte me trouxe tudo o que eu tenho hoje”, destacou Jady.
Cláudio Civatti, professor da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal e treinador da Seleção Brasileira de Paraciclismo, fez uma apresentação sobre a diferença do ciclismo e paraciclismo. Ele apresentou equipamentos, regras, classificações e classes funcionais do esporte.
Falando sobre a importância que a mídia dá ao esporte paralímpico, o treinador foi enfático: “Quando estávamos no período das Olimpíadas e Paralimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, a demanda por entrevistas e de exposição dos nossos atletas era absurda. Tivemos até que limitar a quantidade de pautas por dia. Nos três meses seguintes às Paralimpíadas tivemos apenas um pedido de entrevistas. Infelizmente o esporte não é divulgado em nosso País, que vive apenas de futebol. Precisamos ter uma política de Estado, voltada ao esporte e não políticas de governo. Devemos ter incentivos para os nossos atletas, treinadores e equipes de especialistas que compõem os quadros esportivos brasileiros. Somos uma das maiores potências paralímpicas do mundo e devemos/merecemos um tratamento que seja condizente com a nossa grandeza esportiva”, ressaltou Civatti.
O professor Elvio destacou a importância desses encontros para a formação e ampliação do mercado do profissional de Educação Física. Além disso, enfatizou que tais encontros ajudam a derrubar mitos e preconceitos, e permitem ao estudante de Educação Física visualizar perspectivas de mercado na área de Educação Física, assim como compreender o papel da Educação Física e do Esporte na vida das pessoas com deficiência.